Resumo do texto:
A ansiedade é um conjunto de sintomas muito antigo e está presente em praticamente todo o reino animal. Ficar ansioso é um comportamento que foi selecionado evolutivamente por ser protetivo para o indivíduo, uma vez que o estado de atenção aumentado, reações reflexas de nervosismo e medo foram e são muito importantes para superar situações de risco. Estar pronto para atacar ou fugir na hora certa pode ser fundamental para a sobrevivência de um ser vivo e por isso alguns reflexos como aumento repentino de frequência cardíaca com palpitação, aumento de frequência respiratória, aumento de fluxo sanguíneo para os músculos, entre outros, estão presentes em todo o reino animal.
No contexto de vida atual, o estresse, as relações interpessoais, os problemas do dia a dia acabam ativando esses circuitos também. Quando isso é feito de maneira controlada, o resultado é uma ansiedade leve, uma preocupação que pode até ser benéfica e que é, em geral, momentânea e desaparece quando o fator estressor acaba.
O problema surge quando os circuitos de medo e ansiedade ficam permanentemente ativados e a pessoa passa a viver com essas sensações corpóreas sem um fator desencadeante obvio e sem conseguir desligá-las. Nesse contexto, temos os transtornos de ansiedade, que são muito comuns e podem provocar uma importante queda na qualidade de vida, inclusive podendo desencadear outros quadros psiquiátricos, como a depressão
Também conhecido como crise de ansiedade ou ataque de ansiedade, é quando o paciente relata preocupação excessiva, nervos à flor da pele, irritabilidade, dificuldade de desligar os pensamentos, tensão muscular constante, insônia ou sono entrecortado. Esses sintomas são desencadeados por qualquer coisa, as vezes sem evento desencadeante óbvio e podem durar várias horas.
Também conhecida como síndrome do pânico ou crise de pânico, apresenta sintomas ansiosos de intensidade extremamente elevada. A pessoa pode ter palpitações, tremores, sensação de falta de ar, dor no peito, formigamento de membros, suor, medo de morrer ou de enlouquecer e fica incapacitada por algum tempo. Essas crises costumam durar poucos minutos, mas são tão intensas que frequentemente essas pessoas vão para o pronto socorro achando que estão infartando ou tendo um AVC. Você pode conhecer mais desse quadro clicando aqui
Também conhecido como fobia social, é um quadro em que a pessoa tem medo ou ansiedade acentuados de situações sociais tais como comer ou falar em público, assinar cheques ou documentos em público, tirar fotos, manter uma conversa, fazer uma palestra. Em geral a pessoa evita essas situações ou as faz às custas de grande sofrimento. Você pode conhecer mais desse quadro clicando aqui
Também conhecido como fobia, é uma intensa reação de medo ou ansiedade motivada por objetos ou situações específicas. Dentre os mais comuns temos o medo de locais fechados (claustrofobia), o medo de avião, medo de altura, medo de bichos específicos (por exemplo baratas)
Comportamento evitativo de certas situações, tais como usar transporte público, permanecer em espaços abertos ou locais fechados, sair de casa sozinho ou ficar em meio a multidões. A evitação dessas situações é motivada pelo medo de passar mal, ter uma crise de pânico ou de acontecer alguma coisa em que ninguém se disponha a ajudar
Alguns medicamentos podem induzir sensações corpóreas que se parecem com crises de ansiedade. Um exemplo clássico é o uso de medicamentos para tireoide.
Sim. Hoje em dia existem várias opções de tratamentos com eficácia comprovada para esses transtornos. Os melhores resultados são obtidos na combinação de diferentes estratégias.
O tratamento clássico inclui uso de medicamentos antidepressivos (que apesar do nome, são extremamente eficazes para quadros de ansiedade) e terapia, principalmente as linhas cognitivo-comportamental e análise do comportamento. Outras ferramentas importantes são os chamados “ansiolíticos naturais”, que são a atividade física regular e meditação (sobretudo na modalidademindfulness)
Os medicamentos ansiolíticos ajudam no tratamento?
Em geral, as chamadas medicações ansiolíticas são os benzodiazepínicos (por exemplo Rivotril® e Lexotan®). São medicações de tarja preta pois podem causar dependência psicológica e química. Apesar de serem eficazes para os sintomas de ansiedade, o seu uso no longo prazo pode não ser o ideal, em virtude de seu potencial de vício e também por haver estudos recentes em que se relaciona o uso dessas medicações com perdas cognitivas irreversíveis, como por exemplo a perda de memória. Essas medicações devem ser cuidadosamente prescritas em situações muito específicas.
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Dr. Leandro Paulino da Costa é médico psiquiatra formado pela USP. Atua em seu consultório particular em Limeira, oferecendo consultas presenciais e consultas on-line atendendo pacientes em todo Brasil e exterior. Faz parte do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo – SP, que são hospitais de excelência e são referência na América Latina.