Como É (Ou Como Deveria Ser) Uma Consulta Psiquiátrica?

Quando se fala em psiquiatria, medos e receios vêm à tona. A especialidade carrega um fardo pesado e muitas pessoas querem distância dela. A expressão "você deveria procurar um psiquiatra" é utilizada de maneira jocosa e até ofensiva. Mas assim como a medicina como um todo, esta especialidade também evoluiu e hoje em dia oferece tratamentos muito eficazes e que mudam a vida das pessoas para melhor. No entanto, o estigma ainda permanece e faz com que pessoas não busquem ajuda muitas vezes por medo e por não saber o que as espera. Nesta postagem falaremos especificamente sobre o que acontece numa consulta psiquiátrica.  Clicando aqui, você acessa a postagem onde falo sobre como se preparar para uma consulta.

Ao chegar à consulta, você verá que ela em pouco difere de uma consulta médica qualquer. No primeiro momento de interação, o psiquiatra fará várias perguntas e serão coletados inicialmente dados biográficos do paciente, tais como idade, onde mora, profissão, estado civil etc.

A próxima parte da entrevista é chamada "fase de abertura", que consiste na fase mais longa de uma entrevista psiquiátrica e é onde serão coletadas informações sobre sintomas, vivências e sofrimentos, entre outros itens. Aqui, predominará a fala do paciente, mas o psiquiatra pode fazer algumas interrupções, caso fique na dúvida sobre algum sintoma ou caso falte algum detalhe para confirmar ou excluir alguma hipótese diagnóstica.

Finalizada a fase de abertura, o psiquiatra fará perguntas especificas e objetivas para trazer à tona possíveis sintomas que não foram relatados espontaneamente pelo paciente e coletará informações tais como antecedentes pessoais, antecedentes familiares, hábitos e vícios e comorbidades

Após essa extensa coleta de informações e associado ao exame psíquico (avaliação sobre humor, afeto, pensamento, memória, atenção, entre outros) realizado ao longo de toda a consulta, o psiquiatra faz a comunicação diagnóstica, que é a apresentação da hipótese diagnóstica baseada em tudo que foi abordado durante a entrevista. Essa fase costuma ser preenchida com dados educativos do diagnóstico, sua evolução e seu prognostico, assim como é apresentada a proposta de tratamento.

Em geral, as consultas psiquiátricas não têm retorno. Isso se dá pois o retorno é realizado somente quando não foi possível fechar a hipótese diagnóstica e não houve conduta tomada (seja por falta de informações, seja pela necessidade de exames complementares ou outros motivos). Como na psiquiatria raramente são necessários dados complementares para uma formulação diagnóstica, as consultas são geralmente "novas consultas".

A maior diferença das consultas psiquiátricas para as demais especialidades é o tempo de duração; é comum ficar mais de uma hora em consulta com um psiquiatra, especialmente se for a primeira consulta. As demais consultas podem ser mais rápidas, mas raramente duram menos de 40 minutos.

Caso você tenha passado em consulta psiquiátrica e o modelo diferiu muito do que foi explicado aqui, é possível que seu psiquiatra não esteja praticando a maneira mais moderna e adequada de se atender em psiquiatria. Se você teve uma má experiência com um profissional, lembre-se de não generalizar: existem bons psiquiatras por aí trabalhando para promover o melhor atendimento possível para quem está sofrendo com alguma doença da mente.

Está com dificuldade de encontrar um bom psiquiatra? Veja aqui dicas para encontrar um bom profissional

IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.

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