Se os transtornos psiquiátricos acometem pessoas do sexo masculino e do sexo feminino, por que falar especificamente de Saúde Mental da Mulher?
O motivo é que existem peculiaridades da vida da mulher que podem fazer com que certos quadros específicos ocorram e precisem de cuidados específicos. Neste tópico abordaremos os dois principais diagnósticos específicos da mulher: a depressão pós-parto e o transtorno disfórico pré-menstrual
O mais emblemático dos quadros específicos da mulher é a depressão pós-parto, que é um quadro que precisa de avaliação e acompanhamento de psiquiatra especialista.
É importante saber que, apesar do nome indicar um quadro que de instala após o nascimento do bebê, em 50% dos casos já existem sintomas de depressão e ansiedade durante a gravidez e a existência desses sintomas pré-parto aumentam o risco de um quadro pós parto. O tratamento precoce diminui o risco dos eventos relatados abaixo no tópico “consequências da depressão pós-parto não tratada”
Em geral, damos o nome de depressão pós-parto para os casos em que a doença surge no período de até 12 meses a partir do momento em que a mulher dá à luz. Imediatamente após o parto, é normal que a mulher tenha o chamado “baby blues”, causado pela brusca alteração hormonal que ocorre na mãe após o nascimento. A mulher pode se sentir triste, chateada, pode ter vontade de chorar e se sentir pressionada a desempenhar perfeitamente as funções maternas. Em geral esses sintomas são leves, tendem a desaparecer em algumas semanas e requerem somente acompanhamento psicológico.
O problema maior surge quando esses sintomas ganham maior intensidade. Como consequência, podem surgir sintomas como tristeza profunda, isolamento social (por exemplo não querer receber visitas), sentimento de culpa e dificuldade de vínculo com o bebê, além de todos os outros sintomas de depressão (hyperlink para o tópico depressão). Em alguns casos mais severos, pode haver rejeição ao bebê. Em casos extremamente graves, pode haver a chamada psicose puerperal, que pode levar à negligência completa do recém-nascido e até ao infanticídio.
Depressão gestacional ou pré-parto, história familiar de depressão pós-parto, eventos estressantes ocorridos durante ou após a gestação (rejeição do marido, imigração, etc), baixo suporte social, baixo suporte financeiro, idade inferior a 25 anos, ser mãe solo, histórico de disforia pré-menstrual, entre outros.
O tratamento deve ser iniciado o quanto antes e pode ser realizado por meio de psicoterapia ou tratamento farmacológico (uso de remédios). Caso esta última seja a melhor opção, o psiquiatra deverá analisar individualmente a paciente e propor um tratamento que minimize ao máximo a passagem do medicamento pela placenta ou pelo leite materno. Existem tratamentos em que essa passagem é inferior a 1% e não estão relacionados a má-formação fetal e a qualquer consequência no desenvolvimento das crianças.
Existe um receio muito grande por parte das famílias em procurarem avaliação psiquiátrica diante de suspeita de depressão na gestante ou no pós-parto, principalmente por medo do estigma e por medo do uso da medicação durante a gestação ou a amamentação, acreditando que esse será um mal muito grande. Na realidade, o impacto da doença não tratada é muito maior do que o tratamento. Cito abaixo algumas dessas consequências
Trata-se de um quadro que acomete cerca de 2% das mulheres que menstruam e podem trazer grandes prejuízos financeiros e pessoais.
O quadro tem relação direta com o ciclo menstrual, sendo que o mais comum é o quadro iniciar cerca de 5 dias antes da menstruação e começar a melhorar poucos dias após o início da menstruação e desaparecer após uma semana.
A alteração de humor pode se manifestar de maneiras diferentes:
Também ocorre alguns sintomas associados, como diminuição do interesse em atividades habituais (atividade laboral, amizades, hobbies), dificuldade de se concentrar, alteração de sono, stresse aumentado, entre outros.
O tratamento é feito com isso de medicamentos da classe dos antidepressivos, devendo levar em conta peculiaridades do indivíduo. É recomendável também acompanhamento psicoterápico e cuidados com hábitos de vida, tais como alimentação, atividade física regular e bons hábitos de sono.
Você é gestante, se sente triste e tem medo de tratar? Sua oscilação de humor traz prejuízos para a sua vida? Agende uma consulta com o Dr. Leandro Paulino da Costa para que seja feito um bom diagnóstico e seja proposto um tratamento personalizado. Atendimento presencial na Clínica Ragazzo em Limeira ou por teleconsulta.
Dr. Leandro Paulino da Costa é psiquiatra formado pela USP. Atua em seu consultório particular e faz parte do corpo clínico do Hospital israelita Albert Einstein e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo – SP, que são hospitais de excelência e são referência na América Latina. Dr. Leandro acumula conhecimento e experiência no tratamento de transtornos mentais específicos da mulher e outros transtornos mentais, incluindo casos graves e de difícil controle.
Dr. Leandro Paulino da Costa é médico psiquiatra formado pela USP. Atua em seu consultório particular em Limeira, oferecendo consultas presenciais e consultas on-line atendendo pacientes em todo Brasil e exterior. Faz parte do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo – SP, que são hospitais de excelência e são referência na América Latina.