Você tem medo de falar em público? Sente vergonha de ser observado falando ou comendo? Já deixou de renovar um documento pela dificuldade em tirar foto ou assinar o documento? Esses são alguns dos sintomas do transtorno de ansiedade social (também conhecido como fobia social ou timidez patológica), doença que está no capítulo dos transtornos de ansiedade e acomete uma parte considerável de crianças, jovens e adultos. Ela pode afetar o desenvolvimento dos indivíduos e limitar o crescimento da vida amorosa, social e laboral das pessoas. Por conta dos imensos prejuízos que esse quadro pode trazer, ele precisa ser tratado por um médico psiquiatra, que é o especialista indicado para tratar focial social. Neste texto vamos apresentar os principais sintomas deste quadro, além de apresentar os tratamentos para este quadro tão prevalente em nossa sociedade
A prevalência deste transtorno gira em torno de 7% entre os jovens e descresce com o aumento da idade. A idade média de surgimento dos sintomas é 13 anos, sendo que até 75% dos casos se inicia entre 8 e 15 anos de idade. Seu início pode se dar em diversas situações, dentre elas situações de bullying ou alguma experiência extremamente estressante (por exemplo urinar nas calças em uma situação pública). O surgimento nos adultos é mais raro, mas pode surgir em decorrência da necessidade de assumir novos papeis sociais, tais como em uma uma promoção no trabalho ou após se casar com uma pessoa de etnia ou classe social diferente. O quadro costuma ser persistente e pode oscilar ao longo da vida, a depender da exposição do indivíduo aos fatores estressores. Por exemplo, uma pessoa com dificuldade em encontros pode apresentar melhora do quadro quando se casa e o quadro pode volta a agravar-se em caso de divórcio.
Uma diferença de apresentação do quadro entre as faixas etárias é a intensidade da ansiedade: enquanto para crianças e adolescentes o quadro se manifesta com altos picos de ansiedade em determinadas ocasiões, em adultos e idosos o grau de ansiedade é mais baixo mas permeia uma gama maior de situações
O quadro é caracterizado pelo medo ou ansiedade intensos em situações em que poderá haver avaliação ou julgamento por parte de outras pessoas. Essas situações são bastante diversas e incluem interação social (manter dialogo com pessoas que não são familiares, medo de falar com as pessoas em geral), observação (ser observado comendo ou bebendo em público) e situações de desempenho (fazer uma apresentação, falar em público). O medo ou a ansiedade pode surgir também em situações como assinar cheques ou contratos diante de pessoas que não são familiares, renovar carteira de habilitação ou passaporte (pelo fato de tirar foto e assinar o documento na presença de uma pessoa pouco conhecida), entre outros.
Isso se dá pelo medo do indivíduo demonstrar sua ansiedade e ser avaliado negativamente, trazendo sensação de humilhação ou constrangimento intensos.
As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade e existe a tentativa se esquivar dessas situações. Quando não é possível escapar, elas são enfrentadas com grande sofrimento.
Geralmente o risco real da dituação é menor do que o indivíduo sente e a esquiva constante traz prejuízos em âmbitos profissionais e social, pois tendem a durar vários meses ou até anos.
Quando o quadro se restringe somente a fobia de falar em público, recebe o nome de Transtorno de ansiedade de desempenho. Esse quadro específico pode ser potencialmente grave para profissionais de alta performance, como por exemplo músicos, atletas, gerentes, entre outros.
É comum o rubor fácial (“ficar vermelho”) como resposta em situação de exposição. São pessoas que tendem a ser mais fechadas, assumindo postura corporal mais rígida e contraída e falam muito pouco de si em conversas. Têm uma tendência a procurar empregos com menor exposição social e tendem a sair da casa dos mais tarde. É comum o uso de substãncias desinibidoras antes de eventos sociais, tais como o álcool. Diante de um grupo, podem assumir postura submissa.
Sim, é possível curar a fobia social. O tratamento deve ser individualizado e pensado para cada paciente. Quando os sintomas e o prejuízo são amplos, é necessário o tratamento com antidepressivos da classe dos inibidiores seletivos de recaptura de serotonina, que são a primeira escolha de tratamento para transtornos ansiosos. Esses medicamentos atuam aumentando a disponibilidade de serotonina no cérebro, diminuindo os sintomas ansiosos na raiz do problema. A depender do metabolismo do indivíduo e da gravidade do quadro, podem ser necessários ajustes de doses ou associação de outros medicamentos para potencializar o tratamento.
Quando os sintomas são mais brandos ou muito específicos em determinadas situações, como é o caso do transtorno de ansiedade de desepenho, pode se optar por medicamentos beta-bloqueadores. Esses medicamentos não atuam nos sintomas de ansiedade, mas diminuem a manifestação ansiosa (tremores, suor, voz trêmula), o que pode ser suficiente para melhora da performance.
Em todos os casos, está indicada a realização de Terapia Cognitivo Comportamental concomitante ao tratamento medicamentoso, pois isso aumenta as chances de curar o transtorno e evita recaídas quando for decidido pela interrupção do medicamento.
Assim como todo transtorno ansioso, temos mais duas poderosas armas contra os sintomas, que são a atividade física e a meditação de foco (ou mindulness). Nos dois casos, manter uma rotina consistente dessas atividades provocam a diminuição dos pensamentos ruminativos e a antecipação mental de eventos, que são hábitos que geram ansiedade. A meditação e a atividade física ajudam a relaxar o corpo e a a trazer a mente para o presente e são grandes aliados do tratamento.
Caso você conheça alguém ou caso você esteja em sofrimento por conta do que foi apresentado neste texto, agende uma consulta com Dr Leandro. O tratamento precoce garante uma vida mais saudável e funcional, garantindo uma melhor qualidade de vida. Atendimento presencial na Clínica Ragazzo em Limeira ou por teleconsulta.
Dr. Leandro Paulino da Costa é psiquiatra formado pela USP. Atua em seu consultório particular e faz parte do corpo clínico do Hospital israelita Albert Einstein e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo – SP, que são hospitais de excelência e são referência na América Latina. Dr. Leandro possui conhecimento e experiência no tratamento do transtorno de ansiedade social e outros transtornos mentais.
Dr. Leandro Paulino da Costa é médico psiquiatra formado pela USP. Atua em seu consultório particular em Limeira, oferecendo consultas presenciais e consultas on-line atendendo pacientes em todo Brasil e exterior. Faz parte do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo – SP, que são hospitais de excelência e são referência na América Latina.